Vídeo Clipe do IRA! – Um pequeno drone para um homem, um voo gigantesco para a humanidade.

Dronelab participa do clipe da música “Mulheres à frente da tropa”

foto: bailarina Sandra Miyazawa

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Hoje vou contar sobre a participação do Dronelab nas gravações do vídeo clip da música “Mulheres à frente da tropa”.

Então quando Carlos Cândido (do Dronelab) me disse: Yamas um pessoal chamou a gente para gravar cenas de um clipe do Ira, Você topa?

Fiquei muito empolgado e respondi: LÓGICO que eu topo.

Bom, primeira coisa que achei muito legal foi ter a oportunidade de fazer um trabalho com uma banda que era uma referência do rock nacional. Minha infância e adolescência tinha IRA! tocando por todos os lados, nas rádios e na TV. Eles estavam entre nossos maiores ídolos nacionais.

Ai com o tempo recebi mais informações a respeito sobre local da gravação e o tema.

Achei muito legal o tema que seria “mulheres a frente da tropa” fazendo uma alusão ás mulheres batalhadoras, corajosas que peitam o sistema e conquistam um espaço cada vez maior e mais representativo em pontos estratégicos da sociedade.

Mulheres vistas de cima caminhando em uma pista elevada de duas pistas com parapeito verde e asfalto aos lados da pista elevada
Mulheres vistas de cima caminhando

Nossas gravações aconteceram no minhocão ( elevado Costa e Silva) e na ocupação 9 de julho. Ambos no centro de São Paulo.

Gravar com drone no centro de São Paulo já é um desafio por si só. Tantos prédios, tantas antenas e um campo de visão muito restrito quando se pilota de um local baixo. Mas já já eu conto com mais detalhes. Antes disso eu gostaria de indicar um artigo dos Jornalistas Livres escrito pelo Fernando Sato, publicado no dia 10 de maio de 2020 que explica bem todo o conceito do clipe:

/https://jornalistaslivres.org/mulheres-a-frente-da-tropa-uma-bela-homenagem/

Bom, chegou o dia da gravação. Nosso briefing era: vamos captar 2 takes – Um seria no minhocão fazendo takes das mulheres andando e o outro seria na ocupação 9 de julho onde teria um guindastes com uma bailarina fazendo uma performance aérea, que certamente seria o take mais complicado dados os elementos colocados no briefing.

Tranquilo, assim foi o segundo take lá no minhocão. Apesar de dois paredões de prédios formando um grande corredor esse foi um take suave com bastante espaço para trabalhar e um cenário muito bonito e favorável.

Em meio a prédios o Minhocão (elevado Costa e Silva) cortra a cidade com a praça Roosevelt. Em cima do elevado é possível ver pessoas fazendo atividades como caminhada, conversando, andando de bicicleta e fazendo esportes
Vista do Minhocão com praça Roosevelt ao fundo

Já o primeiro take foi mais inusitado.

Uma observação é que, por não ter muitas informações sobre como seriam os takes eu e o Carlos levamos 4 drones. 2 Mavics Pro, 1 Phantom 4 Pro+ e um Mavic Mini. Poderíamos ter levado um Inspire também mas achamos que já estávamos bem municiados.

E assim foi. Chegamos lá com 40 minutos de antecedência e ficamos aguardando a “nossa vez de filmar”.

Pra quem nunca esteve num SET de filmagem eu queria contar um segredinho: por mais organizado que seja é sempre uma zona. Muitas pessoas, muitas coisas a serem feitas, muitos detalhes a serem lembrados, etc.

Diretora Luciana Sérvulo usa um megafone para dar instruções para figurantes no momento da gravação em que a bailarina Sandra Miazawa será erquida pelo guindaste. Um terreno com pisos variados (como se fosse restos de uma construção que já existiu ali anteriormente e uma parede com grafites na parte de cima.
Diretora Luciana Sérvulo da instruções para figurantes
No quarto da ocupação de 2,5 por 3 metros, mais ou menos, Yamas mostra o tamanho do drone Mavic Mini para a diretora Luciana Sérvulo, mostrando que é um ótimo tamanho para fazer a gravação desejada. Detalhe do reflexo da atriz sentada na cama ao fundo aguardando a gravação.
Yamas mostra o Mavic Mini para a diretora Luciana Sérvulo

Então veio a produtora disse: Cadê os meninos do drone. É assim que chamam a gente na maioria dos lugares (meninos do drone).

Subimos para o quinto andar, entramos no apartamento onde a cena estava sendo gravada, aguardamos o pessoal resolver uma outra questão.

Logo o assistente disse para a diretora: esses são os meninos do drone.

Ela disse oi tudo bem, então o que eu queria é que esse take começasse aqui, pegasse o rosto dela e aí fosse lá para fora e interagisse com a bailarina dando voltas nela e depois voltasse aqui pra dentro, passando ao lado dela que vai estar aqui na janela.

Ou seja, iríamos decolar o drone de dentro de quarto 2×2 mostrar um pouco do quarto, focar a atriz sentada na cama e sair pela janela e voar junto com a bailarina voadora e voltar para o quarto entrando pela janela, passando a 30 centímetros da atriz. Tudo bem?

Atriz "nome desconhecido" sentada atuando na cena em que o drone Mavic Mini irá filma-la e na sequencia sairá pela janela para filmar a dançarina Sandra Miazawa  performando a 30 metros de altura ao fundo
Atriz sentada com bailarina Sandra Miazawa performando a 30 metros de altura ao fundo
Yamas checando se da para passar com Mavic Mini na janela
Yamas checando se da para passar com Mavic Mini na janela

Como piloto experiente não vou dizer que é uma cena difícil, porém com certeza tem uma série de desafios e alguns riscos.

A primeira coisa que fizemos foi escolher nosso menor drone, que era o Mavic Mini. Conversamos com os produtores e explicamos a qualidade de vídeo que o Mavic Mini entrega. Eles disseram que estava perfeito.

Superado esse passo tudo seria tranquilo porque o Mavic Mini era perfeito para fazer a sequência do take decolando de dentro do quarto 2×2, saindo pela janela interagindo com a bailarina pendurada a 30 metros de altura, cuidando com o cabo do guindaste, haste do guindaste, árvores e prédios em volta do local e voltando com o drone tendo a atriz debruçada na janela, fechando o espaço de entrada que já era apertado.

OK Preparar… Ação! Decolei o Mavic Mini que tem uma ótima estabilização de VPS (Visual Position System) para locais fechados, como um quarto de um prédio por exemplo. O Carlos estava ao meu lado e pedi para ele ficar de copiloto, olhando fixo para o drone e me passando coordenadas para que eu pudesse acertar o enquadramento olhando para a tela no controle. Voei pelo quarto, cheguei de frente na atriz e girei o drone para a janela e fui.

Ah outro detalhe para facilitar tudo é que tínhamos que sincronizar a decolagem do drone e o início da cena com a chegada da bailarina do guindaste às proximidades da janela. Carlos ficou com a função de observar a bailarina chegando e dando o OK.

Momentos muito tensos eram o de entrada e saída pela janela e o momento apenas tenso quando voava ao redor da bailarina do guindaste.

Atriz debruçada na janela é captada por Screenshot da cena em que Mavic Mini entra pela janela. No parapeito algumas plantas suculentas. A atriz é uma senhora negra e tem um lenço roxo estampado na cabeça, está com um óculos vermelho e está com um sorriso discreto na boca.
Atriz olha para bailarina performando no guindaste

O que mais me deixava seguro é que o Mavic Mini é bastante inofensivo. Com seus 249g de peso e hélices de 5cm certamente não machucaria ninguém.

Se me pedissem para voar o mavic pro ou o phantom eu iria pensar duas vezes antes de fazer o mesmo job.

Então fizemos uns dois ou três takes e a diretora ficou satisfeita. É sempre bom ter mais do que um take por garantia, né.

Depois no final das gravações a bailarina do guindaste me fez uma confissão, ela disse que morria de medo dos drones, como ela deve ter feito várias performances anteriores em que drones a filmavam e fotografavam já tinha uma certa experiência em interagir com drones. Mas ela disse que com esse drone, o Mavic Mini foi diferente. Ela não sentiu medo em momento algum e se sentiu confortável e confiante por ter um equipamento discreto e aparentemente seguro. E de fato é um equipamento muito seguro para filmar pessoas de perto.

E então foi assim.

Concluímos as gravações e aguardamos o resultado final.

Essa aventura foi muito legal e marcante para mim e para o Carlos que ainda por cima levou a Maria, a filha dele para participar como atriz mirim do vídeo clipe.

Imagem do Mavic Mini mostra no centro duas das quatro pistas do elevado com mulheres olhando para a diretora que passa alguma instrução. Aos lados pode-se ver prédios após o vão da parte de baixo do elevado. Detalhe do vendedor de coco no canto inferior esquerdo
Luciana Sérvulo dá as ultimas instruções antes de finalizar a ultima captação do vídeo clipe

A moral da história é que a tecnologia continua diminuindo o tamanho dos equipamentos e aumentando sua capacidade.

Mavic Mini sendo mostrado e ao fundo as participantes do clipe aguardando a gravação. Uma parede grafitada, plantas e uma grande árvore acima de uma encosta de concreto. O chão é todo variado como se fosse resto de uma construção anterior.
Mavic Mini sendo mostrado

Se fosse um clipe da década de 80 essa cena seria gravada com um helicóptero com certeza.

Forte abraço para todxs e fiquem bem.

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