Drones & Algoritmos no Instituto Federal

Eu, Maurício Montel e Ricardo Yamamoto estivemos no Instituto Federal de Brasília para realizar um workshop que tenho vontade de abordar há bastante tempo: Algoritmos aplicados aos Drones. Quem já esteve em nossos workshops sabe da ênfase que damos ao fato de que um Drone é um computador que voa e, como tal, é carregado de algoritmos.

Se você chegou aqui e não sabe muito bem o significado desse termo, saiba que o algoritmo é a “receita de bolo” para que os programas de computador funcionem (uma metáfora utilizada com certa frequência por aí). Vale dar uma explorada na wikipedia para mais detalhes.

A vontade de abordar o tema com mais profundidade sempre esteve presente porquê gosto muito do assunto, já estudei isso por muitos anos, mas também porquê sinto que é importante demais que as pessoas desmistifiquem essa coisa chamada computador (não somente eu, na verdade). Saber como os computadores funcionam ajuda a entender o mundo em que vivemos e, independente de você gostar do assunto ou não, você é afetado diariamente por isso. Basta imaginar que o celular está no bolso de bilhões de pessoas no mundo, que outras tantas acessam redes sociais, que a previsão do tempo existe, pronto, não é muito difícil se convencer do impacto dos algoritmos na vida de cada pessoa.

Agora, você não precisa saber programar um software de computador para entender como ele funciona, isso é conhecer uma linguagem nova, além do português. Programar é traduzir um algoritmo em uma linguagem que o computador entende. Não acho que é preciso. O que acho que é realmente necessário está antes disso e se chama “Pensamento Computacional”. Novamente, vale uma explicação: O “Pensamento Computacional” não diz respeito ao modo como os computadores pensam (se é que podemos dizer que o fazem) e sim a um pensar humano de acordo com as limitações de uma máquina. Imaginar a maneira como os computadores podem resolver os problemas, quase como se colocar no lugar deles. Para isso ficar um pouquinho mais claro, eu vou citar um exemplo que gosto de falar faz tempo:

Imagine que você está no quinto andar de um prédio de 10 andares e quer descer ao térreo. Olha para o painel e vê que o elevador está no térreo e portanto precisa subir até você. Ao lado da porta do elevador tem 2 setas : Subir e Descer. Qual você aperta ? A seta para o elevador subir (seta para cima), já que ele está no térreo ou a seta que indica que você quer descer (seta para baixo) ? Já presenciei muita gente nessa situação apertando a seta para cima, quase que dizendo para o elevador o que ele deve fazer. O correto, na realidade, é dizer o que você deseja, portanto, a seta para baixo nesse caso. O “pensamento computacional” está exatamente nisso, em entender o funcionamento da máquina para utiliza-la da melhor maneira. Mais do que isso, para termos soluções cada vez melhores para problemas. Coincidência ou não, a professora Débora Garofalo (considerada uma das dez melhores professoras do mundo pelo Global Teacher Prize) escreveu uma matéria que fala justamente dessa importância na data em que fomos ao Instituto Federal (sentimos que estamos no caminho certo).

Agora pensa no drone. Muita gente me pergunta se é verdade que ele pode voltar sozinho caso você tenha problemas durante o voo. A minha resposta é sempre a mesma: Depende. Se o drone tiver um sensor de posicionamento (GPS), se o local de onde você saiu for conhecido por ele, se naquele momento ele tiver condições de ativar o algoritmo de tolerância a falhas (o famoso failsafe), sim, ele pode voltar sozinho e até mesmo pousar pra você. Ele também pode levantar voo, fazer um círculo perfeito em volta de um ponto de interesse, seguir você, entre outras façanhas. Claro que tudo depende de certas condições e características do drone em questão, mas isso é perfeitamente possível.

Para abordar esses assuntos de forma descontraída e prática, fomos até o Instituto Federal (graças à articulação e apoio da Ana e da Caroline do ITU) e falamos em detalhes sobre tudo isso com os estudantes atentos do ensino médio, universitário e também professores presentes. Ao final da teoria, mostramos como o Tello (cedido pela DJI como forma de incentivo para que possamos levar esses conceitos Brasil afora) pode ser programado facilmente com o Scratch, tornando possível levar diversos algoritmos para dentro desse drone. Convidamos um dos estudantes a implementar um desses algoritmos e o resultado foi surpreendente para todos:

Saímos de lá com a certeza de que o Drone pode ser um importante aliado no ensino/aprendizado do pensamento computacional nas instituições de ensino.

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